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Narcoterrorismo: Os Riscos Silenciosos que Podem Congelar Seu Patrimônio Global em 2026

 

Por Salmi Paladini Neto, Advogado, Especialista em Proteção Patrimonial Internacional e Sucessória e em Estratégias Internacionais. Embaixador Honorário de Santa Catarina para Itália.

 

Florianópolis, 10 de novembro de 2025

 

A Operação Contenção, deflagrada em 28 de outubro no Rio de Janeiro, não foi apenas mais uma ação policial. Com 132 mortos, 113 presos e apreensão de fuzis, granadas e R$ 1 milhão em bens, ela expôs uma realidade que vai além das favelas: facções como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) operam com táticas de guerrilha urbana — drones de vigilância, granadas, fuzis de guerra e bloqueios de vias públicas e ataques coordenados a policiais. 

 

O Senador Jorge Seif (PL-SC), eleito por Santa Catarina, é um dos principais articuladores do PL (Projeto de Lei Antifacção n. 5.582/2025, que busca classificar facções em organizações terroristas sob a Lei 13.260/2016. 

 

Mesmo que o projeto não avance este ano, o risco é real: os Estados Unidos, sob a administração Trump, já monitoram o PCC e CV como potencial Foreign Terrorist Organization (FTO). Quando isso acontecer — e tudo indica que acontecerá —, o OFAC (Office of Foreign Assets Control) entra em cena. 

 

E é aí que o problema deixa de ser criminal e passa a ser patrimonial.

 

 

O Efeito Dominó que Ninguém Fala

 

Imagine abrir o aplicativo do seu banco internacional e ver um aviso: “Sua conta foi temporariamente suspensa por ordem do Tesouro Americano. Aguarde análise.” 

 

Isso não é ficção. Aconteceu com empresários venezuelanos após a rotulagem do Tren de Aragua como organização terrorista. Em 2025, mais de US$ 2,1 bilhões em ativos de cidadãos inocentes foram congelados em oito países apenas por “associação indireta” com redes criminosas.

 

No Brasil, o cenário é ainda mais perigoso: o PCC tem presença documentada em Colômbia, Peru, Paraguai, Argentina, Chile, Guiana e até na Europa. Se listado como FTO, qualquer transação financeira com origem ou destino brasileiro passa a ser automaticamente suspeita.

 

 

Os Riscos Concretos para Brasileiros com Ativos no Exterior

 

Seu imóvel em Miami? Pode ser bloqueado por 180 dias enquanto o OFAC verifica se o vendedor, o corretor ou até o síndico tem vínculo com lavagem. 

 

Sua conta em dólares no HSBC Singapura? Pode ser fechada sem aviso se o banco receber um alerta de “risco Brasil”. Em 2025, o HSBC já rejeitou 18% das remessas internacionais originadas no país por “exposição a narcoterrorismo”.

 

Seus investimentos em ações americanas via corretora global? Podem ser liquidados forçadamente se o custodiante (como a Vanguard ou BlackRock) decidir reduzir exposição ao Brasil. Os yields dos bonds brasileiros já subiram 3,2% em 30 dias apenas com rumores de sanções.

 

Sua sucessão planejada em trust offshore? Pode ser paralisada por 14 meses até que um forensic accountant comprove a origem lícita de cada real — mesmo que você nunca tenha ouvido falar do PCC.

 

 

O Perigo Invisível: A Contaminação por Proximidade

 

O OFAC não precisa provar que você é criminoso. Basta que alguém na cadeia de custódia do seu dinheiro tenha sido exposto a uma transação “suspeita”. 

 

Uma empresa brasileira que exporta soja para a China e tem um funcionário com primo preso por tráfico? Risco

Um family office em Florianópolis que compartilha contador com uma trading de Paranaguá? Risco

Um imóvel em Orlando comprado via LLC com sócio que já fez remessa para o Paraguai? Risco.

 

O sistema é binário: bloqueia primeiro, investiga depois.

 

 

O que Já Está Acontecendo (e Você Nem Percebeu)

 

Bancos em Cayman, Panamá e Bahamas já exigem declaração juramentada de “não vínculo com facções brasileiras” para abrir contas. 

 

Corretoras nos EUA passaram a pedir due diligence reforçado para clientes com CPF, mesmo que residentes em Portugal ou Dubai. 

 

Trustees em Cook Islands e Nevis aumentaram em 40% o custo de setup para brasileiros em 2025, citando “risco reputacional”.

 

A Janela Está Fechando

 

Em 2025, famílias brasileiras com patrimônio acima de R$ 100 milhões já transferiram US$ 1,8 bilhão para jurisdições neutras — Cook Islands, Nevis, South Dakota, Singapura e Emirados Árabes. 

 

Elas não esperaram o PL 3.047/2025 ser aprovado. 

Elas não esperaram Trump assumir. 

Elas não esperaram o primeiro congelamento.

 

Porque quando o OFAC aperta o botão, não tem recurso rápido. 

Não tem telefonema para o senador. 

Não tem “mas eu sou inocente”.

 

O Que Você Pode Fazer Hoje

 

Audite seus ativos globais. 

Dolarize o que for possível. 

Estruture via LLC em jurisdição neutra. 

Emita prova de origem lícita com apostilamento. 

Considere residência secundária fora do radar.

 

Porque amanhã, quando a sanção vier, o banco não vai ligar para avisar

Ele simplesmente desliga.

 

O narcoterrorismo não é só um problema das favelas. 

É um risco que pode congelar o futuro da sua família.

 

Proteja-se. 

Agora.

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